"Se acreditares que não podes fazer alguma coisa, provavelmente não vais ter oportunidade de saber, porque provavelmente não vais fazer. As crenças actuam na nossa vida como profecias auto-realizáveis"
Nós somos o que acreditamos Ser! E podemos acreditar que podemos voar. E podemos acreditar que nascemos sem asas. As crenças, aquilo que verdadeiramente acreditamos sobre nós, sobre os outros e sobre o mundo, negam ou potenciam o nosso poder pessoal. Se acreditares que não podes fazer alguma coisa, provavelmente não vais ter oportunidade de saber, porque provavelmente não vais fazer. As crenças actuam na nossa vida como profecias auto-realizáveis. Se acreditares que podes voar, voarás. Se acreditares que não tens asas, não sairás do ninho.
Henry Ford dizia: “Se você acreditar que
consegue, ou que não consegue, em ambos os casos, você estará absolutamente
certo”.
Uma crença é simplesmente um
sentimento de certeza de que algo é real ou verdadeiro, e fundamenta-se na
generalização da nossa experiência subjectiva. Muitas das crenças que guiam a
nossa vida, formaram-se em momentos no passado e segundo uma visão limitada de
nós próprios e do mundo à nossa volta. A família onde nascemos, a educação que
tivemos, tiveram um papel fundamental no desenvolvimento do nosso sistema de
crenças. Todos temos crenças que nos potenciam e crenças que nos limitam.
Muitas das nossas crenças limitadoras constituíram-se na infância e nada tiveram
a ver com as experiências em si, mas com a forma como por nós foram
percepcionadas e vivenciadas, de acordo com os recursos (poucos) que tínhamos
disponíveis na altura.
Já alguma vez te perguntaste
porque razão um elefante num circo está preso por uma simples corda amarrada a
uma estaca? Porque razão não se tenta libertar? Olhando para o elefante não é
difícil imaginar que bastaria começar a caminhar para arrancar a estaca. A
resposta é simples; quando jovens, os elefantes são amarrados a uma estaca por
uma corda forte que os impede de sair do lugar. Depois de várias tentativas
falhadas para se libertarem, os jovens elefantes aceitam que não podem. E assim
permanecem na vida adulta, ficam condicionados pela experiência que tiveram em
jovens.
O mesmo acontece connosco.
Estamos condicionados por muitas cordas e estacas. Algumas dessas cordas têm as
suas estacas em experiências simples com colegas de escola, coisas de miúdos,
diríamos agora adultos. Mas, muitas vezes, são essas coisas de miúdos que estão
gravadas na nossa memória inconsciente, e que diminuem a nossa auto-imagem. Outras,
estão presas a alguma altura em que a nossa mãe, o nosso pai, ou alguém
importante para nós, nos disseram que não éramos capazes de fazer alguma coisa.
E nós acreditámos. A própria época em que crescemos tem um papel fundamental
nas nossas crenças. Olhem por um momento para os dias de hoje e imaginem as
crenças que estamos a cimentar nas nossas crianças….dificuldades, sacrifícios,
crise… . Embora estejamos conscientes de muitas das nossas crenças, na maioria
das vezes as que nos limitam não estão à superfície e, por isso, detectá-las é
um passo importantíssimo. Uma mudança nas nossas crenças pode ter um impacto
enorme na nossa vida. Toda a nossa auto-imagem, auto-valor, capacidades,
habilidades, comportamentos, bem-estar… têm na base crenças profundas e a sua
qualidade positiva ou negativa fará toda a diferença.
Todos estamos conscientes do
poder da crença. Se é a crença que leva muitos a cometer actos absolutamente
desumanos sem qualquer hesitação, é ela que justifica também exemplos de enorme
altruísmo, compaixão, elevação. Felizmente, o mundo está cheio de exemplos
positivos que nos mostram a magia da crença, a magia da fé. Gandhi, Madre
Teresa de Calcutá, Nelson Mandela são exemplos de como crenças ilimitadas
fundamentadas por valores elevados podem mudar o mundo. Todos conhecemos também
Nick Vujicic, um exemplo de superação pessoal extraordinário.
Tu podes mudar o teu mundo. Podes
começar pela linguagem que usas. As palavras têm o poder de aumentar, diminuir
e modificar as nossas reacções à experiência. As palavras vão definir a maneira
como interpretamos e sentimos as situações. Por exemplo, podes ter várias
formas de descrever uma situação de desemprego; “Estou desempregada”, “Estou à
procura de uma nova oportunidade” e “Estou temporariamente sem ocupação
remunerada”. Cada uma provocará um sentimento e uma reacção diferentes diante
da mesma situação. Podes começar logo de manhã mudando o teu dia, orientando o
teu foco. Mal acordes e ao longo do dia, usa algumas destas afirmações de
Louise Hay. Não te esqueças que, como diz Nelson Mandela “tudo é considerado
impossível até acontecer”.
Escolho sentir-me bem comigo
mesma. Mereço o amor que sinto por mim.
Sou capaz de me cuidar sozinha.
Reconheço e uso meu próprio poder.
Não importa o que os outros digam
ou façam. O que importa é como escolho reagir e o que escolho acreditar a meu
respeito.
Tenho a auto-estima e a confiança
necessárias para avançar pela vida com facilidade.
Há muitas formas de transformar
crenças limitadoras em crenças ilimitadas. Em PNL há vários modelos e
exercícios que trabalham crenças. Simplificá-los para fazerem sentido neste
espaço poderia pôr em causa a sua eficácia. Assim, decidi disponibilizar um exercício
simples que aprendi numa Master Class com Emma James (Trainer em PNL, Linha do
Tempo e Hipnose). Este exercício é uma adaptação de outras técnicas e não se
aplica ao trauma.
1-
Identifica a crença limitadora.
2-
Lembra-te da última vez em que te sentiste assim.
3-
Revive essa experiência, sente.
4-
AGORA sai do evento – vê-te nele. Repara na mudança de
perspectiva e naquilo em que não tinhas reparado.
5-
Enquanto fazes isto, identifica os recursos que
dispões, por ex: se houve alguma vez em que tenhas ultrapassado isto, opções
que ainda não tenhas visto, pessoas que te podem ajudar, decisões que podes
tomar para que a mudança esteja na tua mão, seja da tua responsabilidade. Percebe
que recursos precisas e quais tens disponíveis.
6-
Pensa num tempo futuro – em que esta situação teria
normalmente acontecido. Aplica os recursos, aprendizagem, opções, novas
decisões, e repara no que acontece agora.
Este exercício leva-te a
interiorizar uma nova perspectiva, comportamento, fisiologia. Continua a pô-lo
em prática para cimentar.
Vera Braz Mendes - Publicado Sapo Mulher
Vera Braz Mendes - Publicado Sapo Mulher
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